
Em entrevista ao Letterboxd Journal, a diretora Mary Harron refletiu sobre os 25 anos de Psicopata Americano (2000) e se disse surpresa com a idolatria ao personagem Patrick Bateman (Christian Bale), especialmente por homens do mercado financeiro.
“Sempre fico muito intrigada com isso. Nem eu, nem [a roteirista] Guinevere Turner, jamais imaginamos que o filme seria abraçado por caras de Wall Street. Não era nossa intenção. Então, será que falhamos?”, afirmou a diretora.
Segundo Harron, o longa foi pensado como uma crítica à masculinidade tóxica e uma sátira, a qual nem sempre é percebida: “Christian está claramente zombando desse tipo de homem”, disse. “Mas as pessoas interpretam as coisas de forma distorcida.”
Ela também destacou o papel do autor Bret Easton Ellis, que escreveu o livro que inspirou o filme: “O fato de Bret ser gay permitiu que ele enxergasse os rituais homoeróticos entre esses machos alfa […] Tem algo de muito, muito gay no jeito como eles fetichizam aparência e academia.”
Para a diretora, a recepção equivocada do público tem se agravado com as redes sociais. “As pessoas veem um homem bonito, com ternos caros e poder, e param aí. Mas Bateman é ridículo.”
Uma nova adaptação da Psicopata Americano está em desenvolvimento com direção de Luca Guadagnino, de Me Chame Pelo Seu Nome e Queer. Já o escolhido para interpretar o papel de Bateman foi Austin Butler, que disputava o papel com Jacob Elordi.