Ao contrário de várias histórias românticas criadas no cinema, Encontrando o Amor em Oxford é baseado num caso real sobre a primeira grande paixão da catedrática Caroly Weber

Sou um grande fã de filmes românticos. Dos filmes dramáticos que nem tudo acaba bem, como a versão moderna de Romeu e Julieta, com Leonardo Di Caprio e Claire Danes, feito em 1996, passando pelo clássico Casablanca (1941), até comédias românticas como Sabrina (1954) e Um Lugar Chamado Notting Hill (1999).
Ou aquelas histórias nas quais você sabe que os personagens foram feitos um para ou outro, mas o encontro de conto de fadas que se transforma em realidade demora a acontecer, como em Sintonia de Amor (1993) ou na antologia Simplesmente Amor (2003). A regra é simples: você coloca dois personagens que, inicialmente são antagonistas e, aos poucos, descobrem que têm muita coisa em comum e, por isso, tem grandes chances de ficarem juntos romanticamente.
Essa é a ideia por trás de Encontrando o Amor em Oxford, primeiro longa de Ryan Whitaker, que se baseou na história real da doutora em Literatura Inglesa Carolyn Weber. Ela saiu do interior dos Estados Unidos e foi estudar em Oxford, após ganhar uma bolsa de estudos integral na prestigiosa universidade britânica. Mesmo se dedicando 100% aos estudos, Caro, como gosta de ser chamada, tem uma relativa vida social com as amigas que conheceu na escola.
Ao mesmo tempo, Caro é “descoberta” por outro estudante, Kent Weber (Ruairi O’Connor), que passou a noite ouvindo uma Caro um pouco alcoolizada, durante uma festa. Sim, tudo começa dessa forma simples, já visto em vários filmes, especialmente comédias românticas, com dois protagonistas que, mesmo convivendo no mesmo lugar, não conseguem assumir o que sentem pelo outro. O filme, contudo, não é uma comédia romântica. Trata-se de uma simples história de como dois personagens reais acabaram encontrando o amor, tempos depois que disseram adeus um para o outro.
Aí está o charme dessa produção. Não abusa de situações complicadas como a Segunda Guerra Mundial, em Casablanca, para expor a paixão de Rick (Humphrey Bogart) por Ilsa (Ingrid Bergman) ou usa as festas dos casamentos de amigos do futuro casal Charles (Hugh Grant) e Carrie (Andie MacDowell), de Quatro Casamentos e um Funeral (1994). Ao contrário, é o relato simples, direto e, claro, apaixonado de quem viveu todos aqueles momentos.
Entre a rejeição e a descoberta de uma paixão avassaladora, Caro ainda tem um embate pessoal sobre seu futuro na própria universidade. Afinal, ficar distraída sobre uma paixão que não quer assumir, pode levá-la a ter notas ruins, o que a levaria a perder sua bolsa. Decisões, sempre decisões aparentemente complicadas sobre o futuro.
Além do trabalho da dupla central impecável, sem exageros, o corpo de professores está repleto de grandes nomes do cinema e da televisão britânicas, como Simon Callow, que esteve em Quatro Casamentos e um Funeral e em Amadeus (1984); o patriarca da família Wesley, Arthur, personagem importante da saga Harry Potter; e finalmente a diretora da faculdade de Caro, Phyllis Logan, que esteve na premiada série Downton Abbey.
Junte a tudo isso, um bom e bem costurado roteiro que saber conduzir o público à questão que sempre deixou o ser humano pensativo: vale a pena se apaixonar? Assistindo a esse filme, agora disponível no Looke, a resposta vai agradar a quem acreditar que, no final de tudo, o amor continua valendo a pena.
Paulo Gustavo, o eterno apaixonado!