Estrelado por Louis Mandylor, o filme é uma viagem ao inferno do submundo do crime em Bangkok, onde um assassino profissional precisa fazer um último trabalho antes de se aposentar

Assassinos profissionais são pessoas frias e calculistas. Dificilmente, elas se envolvem com os alvos em seu “trabalho”. Tendem a usar pessoas para conquistar seu objetivo, ultrapassando qualquer limite para cumprir seu contrato. Dois exemplos interessantes para começar a entender a mente dessas pessoas.
A primeira delas é o desconhecido Chacal, assassino contratado por um grupo de rebeldes franceses para assassinar o presidente Charles De Gaulle. O contrato do Chacal é retratado com detalhes em O Dia do Chacal, o primeiro bestseller de Frederick Forsyte, que foi adaptado para o cinema em 1973, estrelado por Edward Fox. O plano de assassinato foi orquestrado pelo Chacal, incluindo a fabricação de uma arma especial para o atentado contra a vida do presidente francês. Quer mais detalhes, assista ao O Dia do Chacal, disponível no Looke.
O outro assassino profissional é Arthur Bishop, interpretado com toda a frieza necessária por Charles Bronson em Assassino a Preço Fixo, de 1972. Conhecido pela Máfia como O Mecânico, Bishop decide treinar o talentoso e ambicioso jovem, Steve McKenna (Jean-Michael Vincent), filho do homem que traz os contratos de “trabalho”. Bishop também tem planos de se aposentar, mas o jovem Steve tem outros planos para o “professor”.
Tendo esses dois exemplos em mente, vamos conhecer Loreno (Louis Mandylor), um profissional do crime que, após executar seu recente contrato, decide que quer sair dessa vida. Antes, porém, ele aceita um último trabalho, a pedido de seu amigo Cetan (Vithaya Pansringarm), que é descobrir o que está por trás do suposto suicídio de um milionário americano. Assim que encontrar o responsável, eliminá-lo.
O contrato, na realidade, é um caso de vingança. A filha do milionário assassinado quer tirar da face da Terra a pessoa que tirou a vida do pai. E temos um problema para Loreno, já que não é uma simples remoção, mas um caso no qual a emoção básica pode abrir uma fresta para que o contrato inteiro dê errado.
Um dos primeiros obstáculos está no articulador do crime: Tar, um dos líderes do crime organizado da capital tailandesa. Violento e impiedoso, Tar (Panya Yimmumphai) percebe que o surgimento de uma pessoa como Loreno na cidade é sinal de alerta vermelho.
Nem é preciso dizer que a pilha de corpos que vai ser formada na rota de Loreno demonstra que ele terá uma dificuldade assustadora para cumprir o seu contrato. Ele irá perder aliados, vai descobrir traidores, enquanto tenta sobreviver no mais longo dia no “escritório”, que parece mais uma tarde no inferno.
Cão de Briga não é apenas um filme de ação sobre um assassino profissional. É sobre um ser humano que cruzou um caminho sem volta e, sem arrependimento, quer sair dessa vida sem pagar nenhuma penitência. Ao longo do filme, várias delas surgem para Loreno, sem que ele se dê conta que aquele momento decisivo é parte de seu objetivo de sair de cena.
O destaque do filme é Louis Mandylor, que lembra o olhar neutro e assustador que Charles Bronson colocou em seu Arthur Bishop. É o olhar de um profissional que não quer ver a realidade assustadora de seu contrato e, claro, trará consequências devastadoras à sua volta. Veja o diálogo final com a filha vingativa, no qual justiça e redenção são colocadas à mesa.
Cão de Briga não é simplesmente um filme de ação, com tiros, lutas e mortes. É um filme no qual uma pausa para respirar pode ser complicada. E os personagens parecem saber o que fazer, mas estão perdidos em suas vidas. Mais do que um filme de ação, é um filme que questiona a fé e de como isso pode ser um passo para um destino insólito.
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