Ao longo dos anos, as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço nas premiações e lançado filmes que impactam tanto o público quanto a crítica. Apesar disso, a representatividade feminina no cinema ainda está longe de ser ideal.
Segundo a Variety, das 250 maiores bilheterias de 2023, apenas 16% foram dirigidas por mulheres. Além disso, 75% desses filmes empregaram dez ou mais homens em cargos importantes nos bastidores, enquanto apenas 4% tiveram esse mesmo número de mulheres ocupando essas funções.
O estudo também revelou como a presença feminina na direção pode impactar os bastidores. Em filmes dirigidos por mulheres, 61% dos roteiristas e 35% dos editores também eram mulheres. Já nas produções comandadas por homens, esses números caem para 9% dos roteiristas e 18% dos editores.
Esses dados reforçam que, mesmo com avanços, ainda há muito o que fazer para ampliar a presença das mulheres no cinema. Pensando nisso, separamos algumas diretoras talentosas que talvez ainda estejam fora do seu radar, mas que merecem toda a sua atenção. Confira:
Del Kathryn Barton
Conhecida por sua trajetória como artista visual, a australiana Del Kathryn Barton trouxe sua sensibilidade estética para o cinema com The Nightingale and the Rose (2015) e O Fantástico Mundo de Blaze (2022) – disponível no Looke. Seus filmes trazem elementos surrealistas e exploram temas como a feminilidade, trauma, infância e puberdade.
Mati Diop
A cineasta franco-senegalesa fez história ao ser a primeira mulher negra a competir pela Palma de Ouro no Festival de Cannes, com seu filme Atlantique (2019). A diretora costumar abordar questões sociais em suas obras, como em Dahomey (2024), filme selecionado para a shortlist do Oscar que explora o colonialismo europeu na África. Ambas as produções estão disponíveis na MUBI.
Nicole Garcia
Garcia constrói narrativas densas e sofisticadas, destacando personagens femininas complexas, como em Amantes (2020) e Um Instante de Amor (2016), filme com Marion Cotillard e Louis Garrel que está disponível no Looke. Seu trabalho, embora prestigiado em festivais, ainda merece maior reconhecimento fora da França.
Alice Rohrwacher
A diretora e roteirista italiana tem conquistado os críticos com filmes como Feliz como Lázaro (2018), disponível na Netflix, e La Chimera (2023) – selecionado para o Festival de Cannes e estrelado pela brasileira Carol Duarte. As obras de Rohrwacher costumam apresentar uma visão nostálgica e poética sobre o cotidiano da Itália, com uma abordagem delicada e repleta de simbolismos.
Juliana Rojas
Juliana Rojas é uma cineasta brasileira que vem se destacando por explorar o fantástico e o sobrenatural em seus filmes. Em parceria com Marco Dutra, dirigiu obras que possuem protagonistas femininas e mesclam horror e drama com uma abordagem original, como Trabalhar Cansa (2011) e As Boas Maneiras (2017), que pode ser assistido na Reserva Imovision.
Carine Tardieu
Mestre em criar dramas familiares com humor, Carine Tardieu é uma diretora francesa que se destacou com filmes como L’attachement (2024) e Os Jovens Amantes (2021), disponível no Looke. Suas histórias frequentemente exploram relações humanas, trazendo um olhar delicado e otimista que ressoa com espectadores de todas as idades.