Mulheres protagonizam a mesma quantidade de filmes que os homens pela primeira vez na história  

Cynthia Erivo em Wicked e Demi Moore em A Substância (Fotos: Reprodução)

2024 trouxe uma mudança histórica para a indústria cinematográfica. Pela primeira vez, a quantidade de filmes protagonizados por mulheres igualou a de produções com protagonistas masculinos.  

De acordo com o Centro para o Estudo das Mulheres na Televisão e no Cinema da Universidade Estadual de San Diego, 42% dos 100 filmes de maior bilheteria na América do Norte tiveram protagonistas femininas, enquanto 42% apresentaram protagonistas masculinos. Os 16% restantes contaram com protagonismo compartilhado entre homens e mulheres. 

A mudança é significativa em comparação aos anos anteriores. Em 2023, apenas 28% dos filmes de maior bilheteria foram contados a partir de uma perspectiva feminina. Anos anteriores também refletiam uma desigualdade acentuada, com percentuais como 33% em 2022, 31% em 2021 e apenas 22% em 2015.  

Entre os grandes sucessos de bilheteria protagonizados por mulheres em 2024 estão Divertida Mente 2, Wicked, Moana 2, Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice e Twisters. Filmes como Duna: Parte Dois também contribuíram para o aumento da representatividade ao apresentarem protagonistas de gêneros distintos. Outros títulos de destaque incluem É Assim que Acaba, Robô Selvagem, Alien: Romulus e Longlegs.  

Embora o protagonismo feminino tenha crescido, no restante do elenco, a participação de mulheres em papéis de fala ainda é menor que a masculina. Em 2024, apenas 37% dos personagens com falas eram femininos, um aumento de apenas dois pontos em relação a 2023.  

Outro ponto sensível é a idade. A pesquisa revelou que mulheres com mais de 40 anos são menos representadas nas telas. Enquanto 35% das personagens femininas tinham entre 30 e 40 anos, apenas 27% tinham 41 anos ou mais. Por outro lado, a presença masculina aumenta com a idade, com 55% dos personagens homens tendo mais de 40 anos. 

Demi Moore, por exemplo, chamou atenção por seu papel em A Substância, filme que aborda o etarismo contra mulheres na indústria do entretenimento. No entanto, casos como esse ainda são exceções. Segundo Martha Lauzen, fundadora do centro de pesquisa, a falta de personagens femininas mais velhas reduz a diversidade de experiências retratadas no cinema: “Se limitarmos a idade das personagens femininas na tela, limitaremos os tipos de experiências e vidas que as vemos viver.” (via Variety)  

O avanço do protagonismo feminino em 2024 é um marco significativo, mas também um lembrete de que ainda há muitos desafios a serem superados.  

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *